Uma cruz e um crucifixo: um é um símbolo melhor que o outro?
Tanto a cruz quanto o crucifixo são os dois símbolos mais identificáveis do cristianismo e profundamente ligados a Pascoa e a Quaresma. Não importa o cenário, o país, o prédio, uma cruz ou um crucifixo marcam aquele lugar como cristão.
Ver alguém usando uma cruz ou um crucifixo também os identifica com fé (por enquanto, vamos deixar de lado estrelas do pop que usam estes como meras joias.)
No entanto, há diferenças entre uma cruz e um crucifixo, tão distintas que até mesmo uma criança pequena pode conseguir apontá-las. Ainda mais distintamente, um crucifixo é geralmente identificado com as tradições católica e ortodoxa, e uma cruz com protestantes. Então, por que a diferença?
Para os não-cristãos, esses símbolos podem parecer estranhos, no mínimo. A cruz é um instrumento de morte.
Parece, para os descrentes, o mesmo que usar uma pequena cadeira elétrica em uma corrente no pescoço. Mesmo a comunidade Cristã preferiu não usar a cruz como símbolo de fé porque ainda estava sendo usada na tortura e morte de pessoas.
Com o passar do tempo, porém, a cruz finalmente permanece como o instrumento de nossa salvação. É o começo do fim do fim da morte.
Eventualmente, a comunidade cristã começou a lidar com a cruz, mas inicialmente apenas como um símbolo de triunfo. Nesta forma, a cruz não tinha corpus (figura de Cristo), mas era elaboradamente decorada e muitas vezes até mesmo com joias para representar a vitória de Cristo sobre a morte que transformou um objeto de vergonha em uma coisa bonita.
Este tipo de cruz é chamada de crux gemmata, e foi a primeira forma generalizada da cruz no cristianismo.
A diferença mais marcante entre uma cruz e um crucifixo é o corpus ou corpo de Cristo em um crucifixo.
Alguns protestantes se opõem ao crucifixo por causa da crença (que nós católicos compartilhamos!) de que Cristo é ressuscitado, não ainda na cruz e, portanto, (alguns acreditam) Ele não deve ser representado dessa forma.
Outros acham que o proeminente uso católico do crucifixo em nossas igrejas e casas beira a idolatria.
Claro, os católicos usam os dois símbolos com frequência. Enquanto o crucifixo ocupa um lugar proeminente na maioria das igrejas, é mais provável que você veja uma simples cruz em uso pelos católicos.
Por exemplo, muitos bispos optam por usar a cruz, em vez de um crucifixo, como sua cruz peitoral. Muitos católicos escolhem usar uma cruz como símbolo de sua fé.
Deve-se notar também que a maioria dos crucifixos incluem o sinal INRI em toda a superfície. INRI é a abreviação latina de “Iesus Nazarenus, Rex Iudaeorum” ou Jesus, o Nazareno, Rei dos Judeus. Lembre-se no Evangelho de João:
Pilatos também teve uma inscrição escrita e colocada na cruz. Dizia: “Jesus, o Nazoreano, o Rei dos Judeus.” Agora muitos dos judeus leram esta inscrição, porque o lugar onde Jesus foi crucificado era perto da cidade; e foi escrito em hebraico, latim e grego.
Então os sacerdotes-chefes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escreva ‘O Rei dos Judeus’, ao que ele disse: ‘Eu sou o rei dos judeus’.” Pilatos respondeu: “O que eu escrevi, eu escrevi.”
Santa Rosa de Lima disse: “Além da cruz não há outra escada pela qual possamos chegar ao céu.” Os católicos entendem que tanto a simples cruz quanto o crucifixo são símbolos de nossa fé, ajudando-nos a recordar o grande sacrifício de Jesus por nós.
Ambos nos dão uma profunda lembrança visual de Sua Morte e Ressurreição, Seu sacrifício e Sua aniquilação triunfante do pecado e da morte.
Sim, há diferenças, mas os católicos devem manter ambos os sinais em alta estima, reconhecendo ambos como poderosos lembretes da Verdade que é Cristo.
