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3 Ficções literárias possíveis de acontecer

Já imaginou se seus livros favoritos se tornassem realidade? As ficções literárias são reconhecidas pela tendência em projetar e sugerir um universo quase que possível para a humanidade. E se robôs controlassem os humanos ou o governo nos vigiasse 24 horas por dia?

A literatura sempre nos trouxe narrativas onde mergulhamos no universo descrito durante a leitura. O poder desta arte é essencial para criar raciocínios empáticos, plurais e abertos para o novo, visto que nenhuma história consegue ser exatamente igual a outra ou a que vivemos.

A ficção literária busca nos revelar um futuro próximo (ou muitas vezes a contemporaneidade em que vivemos) através de mecanismos que não são tão acessíveis hoje. 

Dessa forma, o autor nos transporta para a sua realidade e nos faz repensar os modos de viver que temos hoje, e se já não estamos vivendo, de alguma forma, um futuro distópico. Diferenciando-se, assim, das utopias.

Através das distopias literárias, a arte sugere uma realidade onde seus cidadãos possuem uma vida de opressão, perseguição ou limitação, de acordo com mecanismos tecnológicos.

A sociedade atual se encontra em um cotidiano em que todos são capazes de se comunicar e manter conexões simultâneas (independente de se estar no Brasil ou no Japão). Os meios de comunicação são capazes de interagir com os consumidores através do smartphone, TV, relógios, notebooks e outros aparelhos digitais. 

Sendo assim, os veículos digitais também monitoram os seus usuários com a proposta de fornecer melhores serviços, de acordo com a personalidade do indivíduo. Ou seja, nunca estamos sozinhos ou agindo por vontade própria. 

E essa “normalidade” contemporânea é só um terço do que é reproduzido na literatura fictícia. Por essa razão, há a possibilidade de imaginarmos novos modos de vida no futuro através dessas obras distópicas. 

Livros futuristas que poderiam se tornar reais

A seguir, encontra-se uma lista de livros contemporâneos onde podemos imaginar o que acontecerá em um amanhã próximo (ou não tão longe quanto parece). Alguns deles já possuem filmes e são campeões de bilheteria.

Jogos Vorazes

A trilogia dos Jogos Vorazes (The Hunger Games) foi escrita pela norte-americana Suzanne Collins, estreando com o primeiro livro em 2008. A autora retrata uma sociedade na qual as classes menos favorecidas se encontram em um duelo de vida ou morte, com o objetivo de ascender socialmente e, finalmente, conviver entre a elite. 

A disputa, conhecida como Jogos Vorazes, foi uma criação da classe alta com o objetivo de entreter os milionários e dar uma chance aos pobres de fugirem de sua condição precária. 

Estes jogos são obrigatórios. A cada ano, uma pessoa de cada distrito (comunidade) é sorteada involuntariamente a arriscar sua vida para ser o último sobrevivente, ganhando a competição. É quase um Big Brother fatal e sem saída no meio da floresta.

O terceiro filme da trilogia literária, Jogos Vorazes: A Esperança (Parte 1) arrecadou US$ 337 milhões.

O Conto da Aia

Escrita pela autora canadense Margaret Atwood, O Conto da Aia (The Handmaid’s Tale) é uma obra clássica e atemporal. Recentemente, em Portugal (2022),  a escritora ganhou o prestigiado título de doutora honoris causa pelo seu papel excelente na literatura, através da Universidade do Porto.

Em O Conto da Aia, uma guerra é declarada na América e todos os cidadãos americanos são obrigados a servir para a República de Gilead. As mulheres se tornam serviçais, cozinheiras, faxineiras e barrigas de aluguel para os políticos de um governo ditatorial. 

As aias são as figuras femininas, que são obrigadas a terem filhos com os oficiais, para reproduzirem a nação, dando às crianças para as esposas dos mesmos.

Baseando-se nas leis cristãs, a ditadura de Gilead extermina tudo e todos aqueles que são contrários ao conservadorismo. 

Pessoas LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queer, entre outras), ativistas, filósofos e outras comunidades, que questionam os modos tradicionais religiosos, não são considerados como cidadãos dignos e, por isso, são enforcados em público.

O livro possui uma série exibida pelo serviço de streaming Hulu e suas temporadas são elogiadas por todo o mundo. 

O olhar sociológico de Margaret contribuiu para a conquista do prêmio literário Governor General, sendo o melhor romance canadense em seu ano de estreia: em 1985.

Maze Runner

Maze Runner é uma série de livros que retratam um futuro pós-apocalíptico. O primeiro livro foi lançado em 2009 pelo escritor James Dashner, ganhando continuações até 2014.

Uma sociedade em ruínas e adoecida é descoberta pelos personagens jovens, que são aprisionados dentro de um labirinto. Estes adolescentes são mantidos em um jogo perigoso em que suas habilidades são testadas, com o objetivo de encontrar a cura para uma doença que dizimou o mundo inteiro. 

Testando sua resistência, inteligência e vitalidade, os jovens de Maze Runner enfrentam criaturas mortais, enquanto lutam pela sobrevivência, sem saber que estão sendo usados por uma instituição conhecida como C.R.U.E.L. Ela é composta por cientistas, que buscam a solução de um vírus.

Os três primeiros livros ganharam adaptações cinematográficas, arrecadando quase US$ 1 bilhão de dólares.