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Em muitos lugares, o extintor de incêndio é visto apenas como um item obrigatório que fica preso à parede. Mas, na prática, ele é um dos equipamentos de segurança mais importantes para preservar vidas e evitar que pequenos focos de incêndio se tornem tragédias.
Entender a real importância desse dispositivo ajuda não só no cumprimento da lei, mas também na preparação para situações de emergência.
O papel do extintor de incêndio na prevenção de tragédias
O extintor é um equipamento projetado para combater princípios de incêndio, ou seja, quando as chamas ainda estão em estágio inicial. Esse tempo de reação é vital. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, muitos incêndios poderiam ser contidos rapidamente se houvesse um extintor disponível e alguém treinado para utilizá-lo.
Além de evitar a propagação das chamas, o extintor reduz os riscos de intoxicação por fumaça e protege a estrutura do local. Em situações como em um escritório, um armazém ou até mesmo dentro de um veículo, ele pode ser a diferença entre um incidente controlado e uma perda total.
Tipos de extintores e suas funções
Nem todo extintor serve para qualquer tipo de fogo. Por isso, existem diferentes categorias, cada uma indicada para um tipo específico de material inflamável:
- Extintor de Água Pressurizada (Classe A) – Ideal para materiais sólidos como papel, madeira e tecidos.
- Extintor de Pó Químico Seco (Classe B e C) – Indicado para líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
- Extintor de CO₂ (Classe B e C) – Recomendado para incêndios em aparelhos eletrônicos e ambientes com equipamentos sensíveis.
- Extintor Classe D – Utilizado para metais inflamáveis, mais comum em indústrias específicas.
Conhecer a função de cada um evita o risco de utilizar um modelo inadequado, o que pode até agravar a situação.
Importância da manutenção e inspeção
Ter um extintor no local não basta. Ele precisa estar carregado, com a pressão correta e em boas condições. A norma brasileira (NBR 12962) estabelece que a inspeção deve ser feita periodicamente, geralmente a cada 12 meses, e sempre por uma empresa certificada pelo Inmetro.
A manutenção preventiva inclui:
- Checar a validade do extintor.
- Verificar se o lacre e o pino de segurança estão intactos.
- Conferir a pressão no manômetro.
- Garantir que ele está fixado em local visível e de fácil acesso.
Extintores vencidos ou com defeito não funcionam corretamente e podem falhar no momento mais crítico.
Localização estratégica do extintor
Outro ponto fundamental é a localização. O extintor deve estar em áreas de fácil acesso e sinalizado de forma clara. Em empresas, a NR 23 (Norma Regulamentadora de Proteção Contra Incêndios) estabelece critérios para a instalação, garantindo que o equipamento esteja sempre ao alcance de todos.
A má colocação, como atrás de móveis ou em locais trancados, compromete a eficácia do combate inicial ao fogo.
Treinamento para uso correto
Um extintor só é eficiente se houver alguém capaz de usá-lo corretamente. O treinamento básico inclui:
- Saber identificar o tipo de incêndio.
- Escolher o extintor adequado.
- Retirar o pino de segurança.
- Mirar na base do fogo, e não nas chamas.
- Utilizar movimentos em varredura até que o fogo seja extinto.
Muitas empresas oferecem treinamentos periódicos aos colaboradores, simulando situações reais para garantir que todos saibam agir rapidamente.
Legislação e obrigatoriedade
No Brasil, o uso de extintores é regulamentado por leis e normas técnicas. Em condomínios, empresas e estabelecimentos comerciais, a presença deles é obrigatória. A ausência ou má conservação pode resultar em multas e até interdição do local.
O Código de Trânsito Brasileiro também determina que veículos de transporte coletivo e caminhões carreguem extintores adequados, embora para automóveis particulares essa obrigatoriedade tenha sido retirada em 2015. Mesmo assim, manter um extintor no carro continua sendo uma medida preventiva inteligente.
Situações reais onde o extintor fez a diferença
Casos noticiados mostram como a ação rápida com um extintor pode salvar vidas. Em uma indústria têxtil no interior de São Paulo, um princípio de incêndio causado por curto-circuito foi controlado em minutos graças ao uso imediato do extintor de CO₂. O incidente poderia ter destruído toda a produção, mas foi contido antes que o Corpo de Bombeiros chegasse.
Outro exemplo aconteceu em um restaurante, onde óleo superaquecido pegou fogo na cozinha. Um funcionário treinado utilizou um extintor de pó químico seco, evitando que o incêndio se espalhasse para a área de atendimento.
Benefícios de investir em equipamentos de qualidade
Embora o custo de um extintor possa variar conforme o tipo e a capacidade, ele é pequeno comparado ao prejuízo que um incêndio pode causar. Extintores de qualidade possuem certificação do Inmetro, garantem maior durabilidade e segurança.
Além disso, empresas que mantêm equipamentos em dia passam mais credibilidade e cumprem requisitos de auditorias e seguros. Algumas seguradoras, inclusive, oferecem descontos em apólices para negócios que seguem à risca as normas de prevenção.
Dicas para garantir eficiência do extintor
Para manter o extintor sempre pronto para uso:
- Faça inspeções mensais visuais para identificar possíveis danos.
- Realize a manutenção anual obrigatória.
- Mantenha o equipamento longe de umidade e calor excessivo.
- Sinalize o local onde está instalado.
- Treine a equipe regularmente.
Como agir em caso de incêndio
Mesmo com um extintor à disposição, é essencial manter a calma. Avalie se é seguro tentar apagar o fogo. Caso esteja fora de controle, evacue o local e acione imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo número 193.
O extintor é uma ferramenta de resposta inicial. Ele não substitui o trabalho profissional, mas pode evitar que um pequeno foco se transforme em desastre.